Possibilidade de uma aliança com os tucanos para a sucessão em Belo Horizonte não é bem recebida por líderes do partido.
O presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, declarou ontem considerar de "difícil costura" um acordo político entre PT e PSDB em torno da sucessão à Prefeitura de Belo Horizonte.
"Apesar de em Minas fazermos política de forma respeitosa, preservando as relações institucionais, há grandes diferenças que separam os projetos políticos. A principal delas diz respeito à gestão do governo", afirmou Reginaldo Lopes. Segundo ele, o governo petista compartilha a gestão, privilegiando a participação popular. "Além disso, o destaque que damos à questão social é uma grande diferença entre o nosso governo e o governo do estado", afirmou.
Alguns pontos dificultam o hipotético acordo, acrescenta Reginaldo Lopes. "Em nome de qual projeto seria esse acordo e quem o lideraria?", indaga, salientando que é no momento eleitoral que as diferenças se destacam. "Uma coisa são relações institucionais. Outra coisa é a disputa, quando se marcam as diferenças. Acho esse acordo muito difícil", reiterou.
Com Reginaldo Lopes fizeram coro ontem representantes petistas de diferentes correntes dentro do partido, em resposta ao prefeito Fernando Pimentel, que, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, defendeu um acordo com o Palácio da Liberdade caso o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, não se disponha a concorrer.
Por considerá-lo um "candidato natural", "com respeitabilidade" e densidade eleitoral, petistas endossam a disposição de Pimentel em tentar convencer Patrus Ananias a deixar o ministério. Alguns pré-candidatos, como os deputados estaduais Roberto Carvalho, André Quintão e o ex-deputado estadual Rogério Correia, declaram, inclusive, que, se Patrus vier a ser o candidato, todos abrirão mão da pré-candidatura.
Mas como Reginaldo Lopes, muitos petistas se mostram reticentes em relação a uma aliança eleitoral com os tucanos. "Essa proposta precisa ser mais discutida no PT", desconversa Roberto Carvalho. "O PT tem a obrigação de apresentar um nome para a cidade e para os partidos que estão na base de sustentação do governo Lula e da Prefeitura de Belo Horizonte", afirma André Quintão. "A primeira preocupação do PT tem de ser a unidade interna em torno de um nome para o conjunto dos partidos aliados", sustenta André Quintão. O parlamentar acrescenta: "Naturalmente não se descarta a hipótese de o PT apresentar um nome que tenha a simpatia do Palácio da Liberdade, já que isso facilitaria um entendimento político e administrativo posterior". Mas Quintão faz ressalvas, considerando que o PT, na condição de maior bancada municipal, além de administrar a cidade desde 1992, tem a obrigação de apresentar um candidato para dar seqüência ao seu projeto político.
Em meio ao fogo amigo petista, a líder do governo na Câmara Municipal, Neusa Santos, vem em apoio à proposta do prefeito. "Patrus é nome natural, é o candidato que a cidade quer e deseja. Se não for ele, temos um diálogo bom com o Palácio da Liberdade", assinala, considerando que o governador Aécio Neves tem liderança política na capital que não pode ser desconsiderada.
"Esse acordo deve suscitar resistência no PT. Não é caminho fácil. Mas na prática, na gestão pública, o diálogo entre Aécio e Pimentel tem sido bom para a cidade", afirma, salientando que Pimentel deve conduzir a sucessão, que também passa por Aécio.
PT Leopoldina - Diretório Municipal
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
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